O tema PALMILHAS é bastante controverso, mesmo entre os ortopedistas. Há aqueles que acreditam no poder terapêutico das palmilhas e outros que são totalmente contra e descrentes. Digamos que eu esteja no meio do caminho entre as duas correntes.
Antes de mais nada, é importante esclarecer que a maioria dos tipos de palmilhas somente deveria ser confeccionada a partir de uma prescrição médica. Digo isso porque já atendi em meu consultório, em muitas ocasiões, pacientes que foram prejudicados pelo uso de palmilhas inadequadas ou que se sentiram enganados por redes que prometem a cura de todos os males que afligem os pés por meio da confecção de um par de palmilhas. E geral, são palmilhas de alto custo, o que aumenta ainda mais a frustração dos pacientes e cria certo tipo de preconceito quanto à utilização de palmilhas adequadas e que realmente poderiam ser eficazes para seus pés.
As palmilhas pode ser confeccionadas a partir de vários materiais: couro, borracha, silicone, etc. Podem ser bastante úteis no tratamento de pés planos, calosidades, esporão do calcanhar, tendinites, entre outros. O mais importante é que o ortopedista identifique qual é exatamente o problema que afeta o paciente por meio de um exame físico completo, e não somente com avaliação isolada dos pés ou do “tipo de pisada”. Um indivíduo pode apresentar alterações na coluna, quadris, joelhos e estas influenciarem diretamente no desempenho de seus pés. A maioria de nós não é completamente simétrico! O que quero dizer com isso é que uma perna pode ser mais longa do que a outra, um joelho pode ter alinhamento diferente do outro, e assim por diante. Logo, se o paciente for analisado apenas por uma máquina que analisa sua pisada, pode estar adquirindo um produto que lhe será prejudicial.
Outro conceito interessante, e que vem sendo muito difundido entre os praticantes de corrida, é o “teste da pisada”. Muitas lojas esportivas, patrocinadas ou incentivadas por marcas fabricantes de tênis e material esportivo, oferecem o teste gratuitamente e indicam tipos específicos de tênis que melhor se adaptariam para um determinado indivíduo. Isso, ao meu ver, é uma bobagem. A maioria de nós, mesmo com pequenas alterações em relação ao que consideramos a “pisada neutra”, está completamente adaptado à essa condição e não requer qualquer tipo de correção. O que costumo orientar a meus pacientes é que a passada só precisa ser corrigida ( e isso nem sempre se faz somente com uma palmilha ou tipo de tênis) se isso for o fator preponderante para o desenvolvimento de lesões.
Se você possui algum problema crônico que lhe afeta os pés, procure a orientação de um ortopedista especialista em pé e tornozelo antes de investir na compra de palmilhas pré fabricadas ou confeccionadas sem prescrição médica.
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